sábado, 19 de janeiro de 2013

O Reino de Deus e o reino dos homens - Parte 1

Esta semana fomos "surpreendidos" com uma reportagem da revista Norte-Americana Forbes que elaborou um ranking com os pastores mais ricos do Brasil. 

A publicação norte-amaricana lembra que, enquanto o catolicismo perde adeptos no Brasil, o número de evangélicos aumenta. Há uma década atrás, nós, os evangélicos, éramos apenas 15,4% da população brasileira. Hoje somos, segundo dados recentes do IBGE, 22,2%, cerca de 24,3 milhões de pessoas.

Voltando à publicação da Forbes, de acordo com a matéria, algumas "igrejas" se transformaram em "indústrias da fé", especialmente aquelas da vertente neo-pentecostal, adeptas da "Teologia da Prosperidade".

O ranking dos pastores mais ricos do Brasil é encabeçado (e você teria alguma dúvida?) pelo Bispo Edir Macedo, dono, digo, líder, da IURD. Seu patrimônio está avaliado em US$ 950 milhões. Em segundo lugar, está o bispo Valdemiro Santiago que, para quem não sabe era sócio, ou melhor, co-líder de Edir Macedo na IURD. Mas, como viu que o "negócio" era lucrativo, resolveu abrir o próprio, a igreja Mundial do Poder de Deus. Sua fortuna? A bagatela de US$ 220 milhões. Em terceiro lugar o pastor Silas Malafaia da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Seu patrimônio está estimado em US$ 150 milhões. Em quarto, Romildo Ribeiro Soares, mais conhecido como missionário RR Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. Seu patrimônio? Apenas US$ 120 milhões. Por último, em quinto lugar, o casal Hernandes (Estevam e Sônia). Estes estão meio "quebrados". A imagem ficou um pouco maculada depois de alguns escândalos e acabaram perdendo alguns contribuintes de peso, dentre eles o Kaká.

Pelo que soube, o único que se manifestou sobre a reportagem foi o Silas Malafaia que, felizmente, não se encontra mais vinculado à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil - CGADB. Sua igreja, embora leve o nome de Assembleia de Deus, não está vinculada a nenhuma convenção da centenária Assembleia de Deus da qual tenho a honra de ser membro e Ministro.

Segundo o pastor Silas Malafaia, tudo não passa de uma "safadeza" da revista. Para ele, trata-se de "um jogo muito bem organizado para denegrir pastores evangélicos a fim de que a sociedade tenha uma ideia de que pastor é um malandro usurpando dinheiro de imbecis e idiotas a fim de se locupletar". Silas enfatizou, ainda, que o cálculo feito pela revista está errado e que ele não é dono da igreja da qual é pastor e nem da Associação Vitória em Cristo. Afirmou, ainda, que a matéria pode ter um fundo político, haja vista que ele apoiou muitos candidatos nas últimas eleições.

O pastor Silas Malafaia está de parabéns em vir a público para tentar dar uma explicação, mas, vamos falar a verdade, sua justificativa é difícil de engolir. Afirmar que o objetivo da revista é denegrir a imagem de todos os pastores evangélicos, sinceramente, não cola. Esta reportagem, tenho certeza, em nada mudará a imagem que a população possui, por exemplo, do meu pastor, um homem que, há mais de cinquenta anos tem dedicado sua vida à pregação do Evangelho, sem se enriquecer ilictamente. Assim como ele, o Brasil está cheio de homens de Deus que, abnegadamente, estão anunciando a Palavra de Deus, sem o intuito de se enriquecerem à custa das ovelhas e não é a reportagem de uma revista que vai denegrir a imagem destes homens. Parece que o senhor Silas Malafaia, tão conhecedor da Bíblia, esqueceu-se do texto do Evangelho de Mateus 12.33 "porque é pelo fruto que se conhece a árvore".

Obviamente, não estou afirmando que o obreiro não tenha direito de ter o seu sustento garantido pela igreja que ele se dedica a pastorear. No entanto, não vejo na Bíblia nenhum ensinamento no sentido de que aqueles que vivem do Evangelho devam acumular fortunas como as que foram mencionadas acima. 

O que me deixa mais triste é saber que cristãos deixam de contribuir financeiramente em suas congregações, onde tem um pastor vinte e quatro horas à sua disposição e que necessita de sua ajuda financeira, para enviar "ofertas" para estes homens comprarem seus jatinhos, fazendas, carrões de luxo, etc. Este reino não é o Reino de Deus, é o reino dos homens. Que Deus nos guarde.

2 comentários:

jose carlos s santos disse...

verdade,parabens Pelo ENTENDIMENTO eu mesmo durante 3anos ajudei 2 dessa ai citadas e nada mudou,hoje a 8 meses tenho ajudado a congregacao a qual sou membro uma pequena igreja aq no Sul e estou maravilhado com a prosperidade q traz o dizimo,Deus te ilumine!

Luiz Ricardo disse...

Irmão José Carlos é um prazer tê-lo aqui no blog. Volte sempre!